terça-feira, 21 de abril de 2015

ONCOTÔ, PRONCOVÔ - Capítulo 1




                Gabinete agitado, jornalistas, convidados e...os mesmos funcionários.
                Novo mandato para o prefeito da estância Constância. Exatamente, a mesma constância dos mesmos políticos no comando da pequena e divertida cidade.
                Onofre dos Santos: “Sou Santos, mas não sou Santo, mesmo assim o prefeito perfeito”. Que slogam mais ridículo, e é assim que consegue se reeleger, ora prefeito, ora deputados, por vezes vereador, não um simples vereador: presidente da Câmara. Quando não é ele, algum Santos, que também não é nada santo, assume a cadeira municipal.
                Homem controverso com uma família nada convencional, sua bela filha, e põe bela nisso, adora criar uma polêmica amorosa. Pudera: bonita, gostosa, no poder com muito dinheiro, assessora de imprensa do prefeito, formada em jornalismo, de uma lábia sem igual, cheia de conversa, sabe conquistar, mas também sabe arrasar o coração de pobres coitados iludidos pela linda mulher.
                Judite, adora um cartão de crédito, Afinal, quem é que não gosta, até eu que sou mais bobo. Se pelo menos o cartão fosse só para ela!
                Coitado do Onofre, já entenderam né. Tão simples quanto isso. Suas viagens é que lhe contam as aventuras. Culpa do prefeito que não deixa a cidade por nada, e o medo da oposição tomar seu lugar.
                Pequena cidade que se parece com Nova Iorque, tem gente de todo o lugar do Brasil e do mundo. O último a se mudar para Constância é o professor de história vindo da capital, este é cheio de história mesmo, nem todas verdadeiras. Senta-se no banco da praça com as senhoras e alguns aposentados e ficam horas e horas com suas lorotas. Só esconde uma história, ele pode não contar, mas eu já já conto para vocês.
                Quem gosta de ouvir suas aventuras é a Dn. Albertina Cossello, com dois “s” e dois “l”, senão ela fica brava. Viúva de Frederico Cossello, fugidos da Itália nos tempos da guerra, se estabeleceram na cidade com a plantação de café. Coitada, só não teve filhos, e como toda boa italiana cozinha que é uma maravilha, como a família é pequena, só ela e o irmão que gasta tudo o que tem e o que não tem na jogatina, sempre prepara os almoços de domingo com os amigos e vizinhos, o professor que é um espertalhão não fica de fora.
                Sua melhor amiga é Dn. Joana, esposa do lusitano vindo de Trás-os-Montes, Sr. Junqueira, Nuno Junqueira. Torcedor fanático do S. L. e Benfica, aqui no Brasil ele torce para o ameriquinha, que está muito mal das pernas.
                Por falar em futebol, quem gosta mesmo de futebol é Konstantinov  Sporotiuk, eita nome difícil. Gosta de futebol e de cerveja. Como é que este ucraniano veio parar aqui nesta cidade? Não sei, mas vamos descobrir.
                Ele não me é estranho, parece com alguém que eu conheço, ou com algum personagem da TV. Ah sim, TV, já sei: tio Chico da família Adams. Baixinho, cabelo ruivo bem ralo, de longe até parece careca, e meio gordinho. Safado, adora uma brasileira, e quem não gosta. Bem, tem um cidadão da cidade que não gosta! Calma, a história está apenas começando, com paciência você vai conhecer todos os moradores e suas curiosidades.
                Ainda tem o padre Lito. Lito somente para os íntimos, para os demais é padre Carmelito. Estranho, quem não é íntimo nesta cidade tão pequena. O Chicão, dono do boteco, vindo do sertão, montou o boteco com o dinheiro que juntou da construção civil. A família Esteves: Amilcar Esteves, Teresa Esteves, Juan e Paola Esteves, bolivianos que ficaram um tempo como trabalhadores escravos na capital, conseguiram fugir e se estabelecer na estância de Constância trabalhando como costureiros. A família toda conhece a profissão.
                Os irmãos Marsh e Mellow, nome artístico da dupla sertaneja que não consegue nem tocar no boteco do Chicão, que dirá no resto do Brasil, o máximo que conseguem e uma palhinha nas festas da cidade, mas por caridade. Os irmãos Fonseca: Jackson e Anderson. Ainda têm outros três irmãos: Wellington, Clayton e o caçula Valdeno. Seus pais foram bem criativos. Têm uma única irmã Joycekleina.
                Toda boa cidade do interior tem suas festas, reuniões, fofocas e brigas e para conter toda a euforia somente o xerifão da cidade para por ordem. Será que põe mesmo?
                Pois é, Eduardo Paciência é o sujeito. É tanta paciência no camarada que só seu fiel escudeiro para intervir em tudo: Carlão, irmão da não menos bela do que a filha do prefeito, Natália, mariana, mas ao contrário da filha do prefeito, esta aí não é para qualquer um não, bela, inteligente, com um corpão bem trabalhado na academia e nas lutas de Jiu-Jitsu. E um irmão pra lá de ciumento.
                O gaúcho até que tenta conquistar a moça, tem presença, tem conversa, um carrão, mas falta-lhe inteligência. Bah, tchê, este gaúcho, Thiago Morais, criador de gado é bem esperto. Gremista que adora provocar o sr. Nuno, só porque a camisola do Benfica é semelhante à do Colorado gaúcho.
                E aquela casinha, o sobrado azul ali na esquina?
                Ah sim, aquela é a minha casa, eu sou apenas o narrador, um sonhador metido a escritor que também tem muitas histórias para contar. Primeiro vou contar as histórias desta maluca cidade, a minha...fica para depois.

Wagner Pires

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