quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CRÔNICA DE UM ANDARILHO





Cansado da rotina do dia a dia, resolvi mudar minha vida.
Cair por este mundo a fora,
Caminhando sem destino.
Costa a costa, Sul ao Norte.
Criar o meu COTIDIANO: nem pior, nem melhor, apenas diferente!

Com minha mochila colocada às costas,
Carregada de sonhos,
Coloco a câmera fotográfica no pescoço para registrar cada momento.
Calço um chinelo para um caminhar relaxado.
Calças jeans rasgadas,
Curtas como bermuda,
Camiseta leve para enfrentar o sol,
Chapéu na cabeça para minha proteção.
Cajado, para não vacilar, seguro-o em minha mão.

Contemplo a natureza:
Coqueiros, palmeiras, árvores diversas e seus frutos,
Coloridas e perfumadas flores para enfeitar os bosques.
Celeiros com abundância.
Cavalos nos currais,
Cães a ladrar nos quintais.
Casas de pedra e vivendas pelas aldeias por onde passo.
Castelo medieval, uma beleza sem igual.

Carros passando em velocidade:
Cuidado, perigo!
Correr, às vezes, para chegar ao abrigo.
Cautela, também é preciso para suportar a viagem.
Calor ardente que dá muita sede.
Caindo o suor pelo rosto, vejo miragem.
Chuvas em alguns lugares ajudam a refrescar-me.

Chegando às cidades,
Cada povo mostra seu valor:
Cultura, gastronomia, arte, muita informação;
Crenças, costumes e religiosidade.
Curiosidades para que eu possa conhecer e aprender.
Cenário descrito em meu diário, acompanho o noticiário.

Camilas, Carinas e Cristinas,
Companheiras nesta minha jornada.
Carinho, amor, respeito por onde passo.
Contos, fábulas, mitos, relatos e lendas urbanas.
Conversas jogadas fora com prosas ao redor da mesa,
Compartilham canções, violões e batucadas.
Contrastam com vozes desafinadas.
Comida típica e tradicional recheiam o saboroso prato,
Corpo alimentado, tenho que seguir.

Compras no mercado, última parada
Comprar algumas lembranças para ficar na saudade
Caindo a tarde, é hora do descanso merecido.
Chegando o anoitecer que mostra todo o seu brilho,
Céu e seu luar estrelado.
Chuveiro quentinho é bom para relaxar,
Cama fofa e confortável me faz dormir e sonhar.
Cinco e trinta o relógio irritantemente toca,
Chama-me a atenção para despertar.
Café no copo, barriga farta: momento de partir.

Choro na despedida:
Consola-me deixar as amizades e a beleza de cada lugar.
Continuar nesta minha peregrinação,
Cidades que ficam para trás, outras que vêm pela frente.
Certo de que um dia,
Com o coração que ainda saudoso, estarei feliz e realizado,
Cheguei ao meu destino final,
Contos que foram escritos com detalhes descritos, nada restrito,
Contando minhas histórias para ficar na perpétua memória!




Wagner Pires
in, Crônicas de um Andadrilho