domingo, 4 de setembro de 2016

PUZZLE

          Escrever é procurar no arquivo de nosso memória palavras
para comporem o quebra-cabeca da nossa história.


domingo, 14 de agosto de 2016

O PAI SOLTA O VERBO


Ensinar, educar, corrigir, aprender (com ele também aprendo muito)
Telefonar, ligar, falar, falar, falar.....
Ligar (novamente para ter certeza)
Enviar, curtir, partilhar, comentar (nestes tempos modernos)
Questionar, perguntar, cobrar
Bater? (às vezes foi preciso, de leve, mas muito me arrependo, eram
outros tempos)
Castigar
Repreender, entender, cooperar, perdoar, esquecer
Discutir, discordar, dialogar, ouvir, enxergar
Levar, trazer, cuidar, proteger
Pegar, entregar, resgatar, doar
Presentear (e estar sempre presente, é o mais importante)
Caminhar, perambular, subir, escalar, exercitar
Correr, pular, saltar, rolar, brincar, jogar, chutar, nadar, praticar
Dançar, viajar, sair, passear, visitar
Fotografar, registrar, guardar (nunca sair da memória)
Descansar, relaxar...(ufa, finalmente)
Deitar: dormir, despertar, acordar, levantar
Cozinhar, alimentar
Preocupar, cuidar, curar, medicar, observar
Chorar
Aconselhar, orientar, mostrar, conduzir
Revelar, desvendar
Omitir, mentir? (jamais)
Respeitar, aceitar, compreender, gostar
Incentivar, motivar, aplaudir, orgulhar, emocionar
Desfrutar, enriquecer, aproveitar
Sorrir, comemorar, festejar
Ver nascer, ver crescer, ver conquistar, ver amar, ver viver
Acompanhar (sempre, mesmo que à distância)


Ser pai é conjugar o verbo amar enquanto eu viver!


Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho


domingo, 8 de maio de 2016

FELIZ DIA DA MÃE


E porque não dizer Feliz Dia das Mães para mim?

Assim como muitas mães podem se orgulhar por cumprir o papel de mãe e pai, eu também tenho este orgulho.

Afinal, já são pouco mais de 9 anos executando também as duas funções, e hoje eu digo que posso entender as mulheres em alguns aspectos. E no provérbio popular: "mãe não é quem tem, mãe é quem cria".

Por exemplo quando estão atrasadas para se arrumarem para uma festa, pois foi a última a se preparar depois de escolher a roupa do filho, verificado a casa, e tantas outras tarefas.

Nestes anos de muita responsabilidade e correria no COTIDIANO, mas muita alegria e diversão. Poderia exaltar o companheirismo do meu filho, sempre ao meu lado não apenas nos momentos felizes, mas também nos momentos de preocupação e dor. Companheiro nesta jornada com algumas dificuldades, onde pela segunda vez ele fez a opção de estar comigo. A primeira vez foi na minha separação, foi dele a escolha de ficar comigo.

Nestes 9 anos, a metade deles foram vividos em terra estranha, pois vivíamos somente eu e ele em Portugal, sem parente algum (até posso abrir um parenteses, escolhi voltar ao Brasil para poder estar perto da família e amigos, errei, e feio, posso estar sendo injusto, mas família e amigos é dinheiro no bolso), apenas com alguns amigos, amigos que serei grato eternamente, pois ajudaram em alguns momentos de necessidade. Como por exemplo quando tinha que sair para trabalhar e ele não podia ficar na ama (ama é babá em Portugal).

Me lembro de acompanhá-lo no início das aulas, primeiro ano, acordar cedinho, que dificuldade, para ele e para mim, e no inverno então, quase 0ºC, 6 horas e estávamos de pé, e preparar o pequeno almoço (café da manhã), preparar o material, a lição que foi feita às presas no intervalo do meu trabalho no dia anterior, esperando a carrinha (perua escolar) para levá-lo e trazê-lo de volta na ama, para enfim eu buscá-lo, preparar seu jantar, e como num papel de mãe: escolher o prato que lhe agrada; seu banho, a dolorosas lições de casa (risos), enfim colocá-lo para dormir, ah esta geração "Y": games e internet.

Muito tenho que agradecer às professoras: Saima Salé (1º e 2º anos) que na primeira reunião, do primeiro ano chegou a me emocionar (o que não é muito difícil, fazer-me chorar) com suas palavras e atitude em relação ao meu filho, e Sônia (3º ano). Aos colegas de sala, amigos até hoje, e espero que assim o seja por muitos anos.

Como é difícil ser mãe no momento da enfermidade, é como todos dizem: gostaríamos que a dor passasse para nós. Foram alguns sustos, dois sustos sérios, mas superados. A alta febre, e eu desesperado quando chegou a ter convulsão, a quase internação quando chegou a pegar pneumonia, chorava ele, e eu chorava (não disse que sou chorão!). e hoje um probleminha que já estamos resolvendo.

Ah o papel de mãe quando o filho sai de casa e a preocupação em se proteger e mandar levar uma blusa quentinha, o guarda-chuvas. A preocupação em sair, mas também chegar em casa, o coração parece que fica mais acelerado, enquanto que ele não pate à porta, a cabeça fica em funcionamento, alerta e atento à tudo.

Vivemos agora a sua adolescência, as namoradinhas (exigente e de bom gosto igual ao pai), os alertas e ensinamentos, a preocupação...A vaidade com a forma e aparência, academia, escolher suas próprias roupas (ainda bem que ele é solidário e não se preocupa com marcas).

Não podemos dizer que tal idade é mais difícil, tal geração é mais complicada, para a mãe, filho é sempre filho, não importa a idade que estejamos, não importa a época ou o local em que estejamos; minha mãe é assim, preocupasse com cada um dos filhos, com cada um dos netos, e bisnetos o tempo todo.

Para mim, é divertido lidar com meu filho, esta geração "Y", quem me conhece, sabe que a responsabilidade me diverte. Mesmo nós tendo uma grande diferença de idade, eu procuro viver esta geração. O importante é saber entendê-lo e respeita-lo, fica mais fácil o nosso relacionamento.

Por isso, um feliz dia para todas as mães, mas um feliz todos os dias para mim.

Wagner Pires

sábado, 7 de maio de 2016

RESPEITO ou OBEDIÊNCIA?



Os motoristas deveriam tirar um dia para ser pedestre e sentir a dificuldade que se tem em atravessar uma via na faixa de pedestre.

Como é difícil para os motoristas brasileiros entenderem o que é OBEDECER A LEI e dar prioridade aos pedestres a atravessarem a rua numa faixa de pedestre. Sim, é lei dar preferência para os pedestres atravessarem nas faixas de pedestres, com ou sem semáforo.

Para quem não tem inteligência suficiente, ou não tem respeito, esta foto abaixo exemplifica o que é dar preferência.



Se vai fazer uma conversão à direita ou à esquerda estando o farol, ou semáforo, ou ainda sinaleiro (dependendo da região) estando verde para o condutor, isso quer dizer que DEVE esperar os pedestres atravessarem para depois seguirem.

Interessante é que na Europa, Estados Unidos e Japão é uma atitude de cultura, os motoristas em RESPEITO AO CIDADÃO param para os pedestres atravessarem.

A primeira vez em que cheguei em Madrid, fui atravessar uma avenida com 4 faixas num sentido e 4 faixas no outro sentido, e todos os carros pararam para que eu pudesse atravessar. Em Portugal isso era comum e constante.

Respeito e obediência é uma questão de berço, de educação e cultura - coisas que faltam ao brasileiro.

E ainda querem reclamar dos políticos e governantes!


Wagner Pires

domingo, 6 de março de 2016

HAPPY, HAPPY BIRTHDAY


Difícil escolher uma imagem que possa relatar estes anos,
Que não são tantos, apenas o início de uma grande vida
Que já teve vários recomeços entre idas e vindas,
Partidas e chegadas, em que erramos algumas vezes.
Te causando choros e sorrisos, mas sempre feliz e otmista.


Fomos crescendo, você e eu, também pude crescer com você,
Aprendi a ser pai, mesmo com meus defeitos.
E você cresceu, como cresceu, mas continuo dando muitas broncas,
Já levou alguns tapas na bunda (às vezes até escapava e doía, doía no meu coração),
Mereceu para ira amadurecendo.

Um rapaz, de voz grossa,
Vez e outra quer engrossar comigo, se achando um adulto,
E na sua humildade acaba por me abraçar e mudar
No seu mimo: mimado e carinhoso,
É malandro, conhecedor do meu fraco, e nem me importo.

Na tragédia da vida
Antes mesmo de eu te dar uma opção, uma escolha,
Você me escolheu, abriu mão para ser meu parceiro nesta caminhada.
Neste dia os parabéns é só seu,
Porém o presente eu o ganhei a 15 anos.



Wagner Pires

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

PREGUIÇA



Melhor maneira de despertar nesta manhã do silêncio da minha solidão ao tranquilo som da leve chuva que cai no vazio do asfalto abandonado e esquecido. Nem o vento se faz soprar, deixando ainda mais a sensação desértica, pois até a poeira tem a preguiça de levantar-se para percorrer a rua. Prefiro ainda ficar a observar, e na mente contar os sessenta passos do acelerado ponteiro que demoradamente fará movimentar o mais pequeno até ter a coragem de poder levantar-me.



Wagner Pires

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

VIDA SEM LEGENDA


Alma surrada e dilacerada
Por tanta agressão e opressão
Vive em estado de coma
Quase que morra
Às custas do aparelho
Ligado feito o cordão umbilical
Alimenta para o corpo caminhar
Cambaleante, quase rastejante
Olha para as sombras do passado, que assombra
Derramando lágrimas de arrependimento
Traz temor com fantasmas do futuro
Perigosos em cada esquina
Preparados para roubarem os sonhos
Nesta cidade desprotegida
Abandonada e esquecida
Escondendo-se debaixo da cama
Até clarear o dia
Porém o sentimento ainda fica adormecido
Esvaziado de sua crença, sem ofensa
Mas é o que resta: solidão
Debruçar na varanda
Observar os telhados
Ultrapassando a névoa
Do horizonte além d´oceano


Wagner Pires

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

FELIZ ANO, O QUE HÁ DE NOVO?

foto by
http://www.t-online.de/lifestyle/besser-leben/id_21079042/feuerwerk-pruefbehoerde-beanstandet-zwei-drittel-der-feuerwerkskoerper-.html


Relógio quase batendo a zero horas do dia 1º de Janeiro, numa fração de segundo, sentado na sacada já observando os fogos explodindo e colorindo o céu por todos os lados: seja aqui ao Norte, ou ao extenso Leste, os longínquos Oeste e Sul, e até mesmo no desértico Centro, fico a imaginar.
Poderia, também, estar ligado na TV ou conectado no PC e com certeza estaria vendo o mesmo cenário: fogos por todas as partes. De hora em hora, em cada país, de acordo com seu fuso horário, segue-se o mesmo ritual.

Qual o significado deste costumeiro hábito de pessoas quase que numa ação mecânica e previamente programados para soarem as badaladas na escuridão dos céus avisando a chegada de um novo ano.
Seria para comemorar o término de um terrível e difícil ano, ou o início esperançoso para o ano que se inicia. Sendo isso, os barulhos na madrugada seriam para afastarem os fantasmas que rondaram e perturbaram um ser individualmente, uma comunidade, uma nação?
Os clarões coloridos teriam o poder de dissipar as trevas de um ano obscuro, na escuridão da corrupção; do descaso governamental e humanitário; da ignorância, egoísmo e hipocrisia social?
Poderia iluminar os corações agressivos que agem com violência física, verbal e moral absurda que predomina nos quatro cantos do planeta, deixando órfãos e solitários em suas casas; órfãos e solitários sem terra, sem nação.
O barulho pudesse fazer acordar os poderosos em política e dinheiro para acabar com injustiça e a fome social.

Observo ao lado um pequeno grupo de imigrantes felizes, e na sua simplicidade comemorando com humildes rojões que mal conseguiam chegar ao céu, pouco iluminando a madrugada, porém não menos importante dos mais imponentes, pois aquela alegria simbolizava a fé e a esperança. Até mesmo a esperança daqueles que por um motivo ou outro simplesmente pode, assim como eu, apenas observar este ritual de findar o ano.

Deveríamos soltar os rojões para despertarmos dos erros e fracassos, com arrependimento e perdão. Reconhecendo que falhamos, com os clarões que surgem à frente mostrando-nos o correto, o digno e honesto nos 366 dias que virão.


Wagner Pires

ANO NOVO