domingo, 14 de junho de 2020

FÉTIDO



Acompanhados de velhos cães,
Velhos caminham por velhas estradas, vestidos de velhas vestes.
Seguem em seus velhos costumes, velhos hábitos.
Com a visão já envelhecida, avistam velhos sobrados rodeados de velhas árvores.
Suas mentes velhas pensam em seus velhos sonhos, velhos desejos.
Cansados, carregam velhos fardos, velhos valores,
Velhos problemas.
O velho, de força enfraquecida,
De pele enrugada, envelhecida,
É mais sentimental, mais chorão, mais emotivo.
Mesmo que não tenha motivo.
É porque o velho traz muita história na memória,
Traz lembranças, saudades...
Lhe bate uma depressão.
Aí, o velho virou apenas um fantasma.
Uma sombra que caminha em velhos caminhos, acompanhado de seu velho cão.
Em seus velhos hábitos, velhos costumes.
Não o infortune.
Nos seus caprichos ainda anseia uma velha inspiração.




"...desligai-o, e deixai-o ir." João 11:44


por Wagner Pires
in, Silêncio, O Culto

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