Meus sonhos que não se realizam
São assombros que me atormentam
Fantasmas em perseguição
Como eclipse ao meio dia
Em trevas e trovoadas
Tempestades que caem no campo
Tudo fica em preto e branco
Ausência de cor
Caminho num túnel obscuro
Num labirinto infinito
Dentro de um novelo de lã
É um penoso afã
Falta sabor e encanto
Destempero
Até que este dia termine
E a lua definitivamente tome o seu devido lugar
Minha insônia me cansa
Da ansiedade que não descansa
Alucinações num desértico oásis
É o sol da meia noite
Dia por todo o dia
Suor que escorre e muito ofegante
Refletindo no rosto o brilho que nunca se põe
Lamentos do compositor que a canção compõe
Sobre bosques e campinas
E ausência das meninas
Cria fantasias e alegorias
Com tormentos da batucada da bateria
Quando cai o temporal do verão
No corpo salgado de cabeça latejante
Até que este dia termine
Sem as sombras de pesadelos a incomodar
"...Por que temeis, homens de pouca fé?...repreendeu os ventos e o mar...e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas". (Mateus 8:26 e 32b)
por Wagner Pires, in Silêncio, O Culto, May 29th, 2020.
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