sábado, 3 de janeiro de 2015

SOLIDÃO



Muito trabalho, suado,
Divertido aprendizado.
Mesmo assim respeitado.
Solidão?
Não, não era solidão.
Como definir solidão.

Tinha alegria e admiração,
Muita responsabilidade, mas gratificante.
Passeios: castelos, praia, gente elegante.
Ah!...praia, todo verão de todos os verões.
Ríamos, e como ríamos, brincávamos, e como brincávamos.
Era outro clima, num clima frio a diversão era quente, agitado.

Presentes.
Éramos presente: Pai e filho, amigos, sempre com abraços apertados.
Lazer e cultura, ensino e saúde, transporte e segurança.....
Enfim, mudança. E que mudança.
Radical, para pior.
Porque mudei? Nem eu sei. Ficar era melhor.

Como definir solidão?
Estou cercado, tumultuado, fechado, nem respiro.
Fico angustiado, uma dor que só sai suspiro.
Parece um bunker bombardeado, sem misericórdia. Tristeza:
Trabalho, Muito trabalho, enfadonho trabalho.
Sem moleza, finjo sorrir, isso sim e solidão.

Desesperado, parece filme do apocalipse,
Num eclipse,
Escuridão em plena luz do dia.
Trevas, fico esperando o Libertador. Bem que podia
Trazer de volta milha alegria,
levando-me de volta, para onde ter ficado eu deveria.

Viajava, visitava, aqui apenas passeava,
E lá eu morava.
Com muito trabalho, suado.
Mas respeitado,
Aprendendo, me divertia
Sem sentir solidão!



Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

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