domingo, 27 de dezembro de 2020

MURCHO, O MOCHO

imagem: https://puzzlefactory.pl/de/puzzle/spielen/landschaften/269626-blattloser-baum


Como chegamos aos 50?

Alguns não tiveram oportunidades de construir uma vida economicamente sólida.
Outros não conseguiram.
Outros até conseguiram e desperdiçaram.
Isto, talvez, devido às intempéries da vida que fez mudar o seu destino.
Nem sempre os sonhos, ou o planejamento, o empenho profissional, a dedicação, a eficiência, a capacidade são suficientes para que se chegue a esta etapa da vida com uma certa tranquilidade e estabilidade.
"N" fatores podem colaborar para o sucesso ou o fracasso.

É verdade o que diz a piadinha popular que após os 50 acordados cada dia com uma dor nova, uma dor diferente.
Assim como acordamos menos pacientes, menos tolerantes às imbecilidades e estupidez do COTIDIANO.
Mas também acordamos com menos sonhos e projetos, pois a sociedade não nos permite idealizar de como realiza-los.
Não nos oferecem uma vaga de emprego, somos velhos.
Por outro lado não nos deixam aposentar, somos novos.
Tiram-nos os direitos, ficamos apenas com os deveres.

Você se torna o ranzinza, resmungão  - o velho chato.
Até mesmo a sua experiência já não tem mais valor, como se fossemos uma máquina desatualizada que não teve um upgrade.
Como se as nossas configurações não estivessem compatíveis para assimilar a realidade atual.
Um software não habilitado para receber as atualizações.
Tiram-nos os direitos de expressar, soltar a nossa voz.
Deixam-nos o dever de ouvir e ter que concordar.

Considerados a máquina ultrapassada e enferrujada, fria e insensível, sem sentimentos.
Quase que invisível.
E é exatamente o contrário, somos mais sensíveis, mais chorões.
Tiram-nos até o direito de amar e ser amado.
Sobram deveres de cuidar e zelar.


"Porque toda a carne é como a erva, e toda glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor" 1 Pedro 1:14


Wagner Pires,
in, Roteiros de Uma Rotina

Nenhum comentário: