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Correndo, e os olhos a estarem fechados,
Sorriso largamente aberto,
Braços estendidos para os lados,
O vento abraça,
O mundo se deixa abraçar.
Cabeça jogada observando as nuvens,
Ouvidos astutos à natureza.
Exalando uma alegria,
Com segurança e coragem.
Impedindo que uma lágrima sequer possa escorrer pelo rosto.
Este sorriso exibindo os brancos dentes,
Pernas não tão firmes, porém velozes.
Mesmo sem ter pressa de chegar.
Nāo se atreve a olhar para traz,
Fixa a memória para o que e vem a frente.
Um pássaro voa de um lado e o riacho corre ao outro.
Hamonia perfeita: o canto e os arranjos
Estralar da grama seca,
Contrasta com a relva tão verde
E o bailar das folhas nos galhos
Total despreocupação: reflete o brilho do sol neste sorriso
Pele ardente tornando as bochechas rosadas, refrescada pela chuva.
Barro espirrado deixam os calçados encharcados,
Camiseta molhada, borrada; o calção pesado quase caindo,
Chegando próximo às pequeninas meias - que um dia foram brancas.
Não sei se era uma intensa chuva de verão,
Ou a fria e fina garoa de outono.
No horizonte reflete as cores do arco íris.
Não importa o tempo ou a estação.
Se há frutos nas árvores, ou se ainda florescem.
Correr por simplesmente correr esta distância
Sem a obrigaçāo de se chegar a um destino.
Partir, apenas partir
Deleitando-se como numa infância,
Antes que a vida lhe transforme num adulto.
por Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho
