domingo, 23 de março de 2025

I DON'T LIKE DANCE

https://br.pinterest.com/pin/22306960649644498/


Wake up
Dance with me
Let's go
I'm your angel
Eternal friend

Feel the beat
Dance whit me
Let's go
I'm your nightmare
Hate me

Be free
Dance with me
Let's go
I'm your cure
Bitter medicine

You are trapped
Dance with me
Let's go
I'm your final destination
Don't fight

Shut up
I don't like dance
Go away
I live my dreams
Even if it's slow

I sense your presence
I don't like dance
Go away
I only have this live
I don't need new loves

Your false destination
I don't like dance
Go away
I have many tasks to do
I get upo and lie out

Seductive conversation
I don't like dance
Go away
In the exact moment, I'll turn off the light and close the door
I will meet old acquaintances



por Wagner Pires
in, Silêncio, O Culto

FORA O ESTEIRO, SOU UM FORASTEIRO

https://br.pinterest.com/pin/39828777962437463/



Do quintal ouço o cacarejar e, todo sorridente, Barry começa a me rodear, pensa estar na hora de ir à praia.
Ainda vou apanhar os ovos, preparar o pequeno almoço, sem pressa, apreciando o silêncio da natureza.
Aliás, vou quebar este silêncio sintonizando e aumentando o volume dos acordes dedilhados nas cordas no "Apreciar o Silêncio".
Sou um eterno eclético apreciador de música, faz-me viajar pelo universo, pelo tempo, pela minha mente. Traz lembranças e saudades. Alegria e tristeza. Motiva-me, desperta-me, conforta-me e, às vezes, é minha melatonina.

Deixo que a aleatoriedade do Youtube escolha a trilha sonora deste dia enquanto me organizo. Manhã, não tão cedo, e está quente e ensolarado, sugestivo para um mergulho, pegar umas ondas.
É só carregar a kombi azul calcinha e sua encardida faixa branca, fabricada em 1978, originalzona, e fazer a alegria do Barry. Assim, pelo menos, ele deixe o Spielberg em paz deitado sobre o tapete, apenas abanando seu peludo rabo. Chico está no puleiro, quieto, nem um piu, talvez esteja concentrado nas músicas que estão indo dos anos 70 e 80, auge da era Disco.

Meu rosto traz a barba por fazer, e faz tempo, mas e a preguiça? Deixa como está. O cabelo também pede um trato, um corte, mas o dinheiro anda escasso. Talvez, à noite, possa fazer algum dinheiro na praça da cidade, o feriado se aproxima e os turistas possam comprar alguns dos meus artesanatos, ou dos quadros mal pintados.

- Vamos Barry, só vou vestir uma bermuda e enrolar um "cigarro de artista" para irmos embora.

Uma garrafinha de água, a prancha, as cansadas pernas arrastando um chinelinho tão fininho que sente a quente areia da praia.
O Jão montou cedo a sua barraca. Trabalhador, gente boa.

- Fala, Jão, de boa? Fez aqueles lanchinhos naturais para a gente, hoje? Trouxe, também, os brisadeiros para adoçar nosso paladar? Ai sim, cara, boas vendas! Daqui a pouco eu chego no pedaço. Vou levar o Barry para dar uma refrescada, vou pegar umas ondas.

Viajar na força das ondas pela imensidão deste oceano, sob as nuvens, poderia querer alcançar este distante horizonte onde o sol encontra o mar; deixando para traz a incontável quantidade de grãos de areia.

Nem o frescor da possível chuva seria suficiente para suportar a intensidade do calor sobre minha cabeça.
Muito menos a pesca de milhares destes peixes seria capaz de alimentar meu debilitado corpo, sentiria a ausência daquilo que é plantado na horta.
Dormir debaixo do luar, ao relento, estaria ainda mais cansado, com saudade do raso colchão, do fino lençol, da janela entreaberta.
Facilmente, trocaria o pertubardor silêncio das marés pela musicalidade no meu COTIDIANO. O despertar do galo.

Volto-me à realidade e, sendo assim, prefiro continuar a escrever as Crônicas de Um Andarilho como um Roteiro de Uma Rotina neste Silêncio, O Culto.


por Wagner Pires
in, Roteiros de Uma Rotina











segunda-feira, 3 de março de 2025

VINHO DESBOTADO COMO VINAGRE VELHO

imagem https://br.pinterest.com/pin/2674081024792207/



O sol em minha janela atravessava o escuro tecido amarrotado
Procuro tentar descansar depois da madrugada acordado
Meu dia será longo e cansativo
Mesmo eu ainda pensativo
Agarro uma caixinha de um achocolatado como se fosse um pinguço
Na cama, esparramo-me de bruços
O sono não demorou a chegar
Como no recente COTIDIANO, o estress me traz pesadelos e a sonhar

Não desperte destes seus sonhos
Desfrute e deguste deste sabor azedo
Carregarei em meus braços neste momento angustiante
Por fim, das alturas, te soltarei e verás tudo do alto

Os impulsos nervosos reagem
Intensa luta, rolando-se ao chão, sem ar, uma penumbra ausente de paisagem
Deste despertar desesperador não saiu uma única palavra
O vinagre escorria pelas minhas entranhas feito uma maldita larva
Ainda aflito e atormentado, de relance pela luz vejo sua fuga em disparada
Traiçoeira, oportunista pelo corpo fragilizado se sentiu amparada
Sei que meu relógio marca apenas a hora do trabalho
E nesta vida estou num jogo de cartas de baralho



by Wagner Pires
in, Roteiros de Uma Rotina