Catedral da Sé, Lisboa Portugal - foto Wagner Pires
Mundo que muda
Mas a rotina continua muda
Solitário
Silêncio até no campanário
Cercado pela cerca
A mesma que protege a lerca
Em murcha e corroída alma
Por conflitos que tiraram a calma
Muda da murta plantada
Nem ao menos podada
Deixa a visão encoberta
Olhando pela janela entreaberta
Revela o fiasco
À espera do carrasco
Vendo os dias sendo contados a leste
Não dormem, os vermes que causam a peste
O vento é fraco e não faz tocar o sino
Traz a chuva que contrasta o rosto cristalino
Tortura que leva à loucura
Puro acaso da mente pura
Ingenuidade em acreditar
Que o mundo lhe poderia mudar
Na mochila de roupa, carrego apenas uma muda
E fico com minha palavra muda
"Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre a muralha; aguardarei para ver o que Ele me dirá e que resposta terei à minha queixa"
Habacuque 2:1
Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho
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