Rebentaram do casulo
Feito uma larva
Colorida entre as folhas, camuflada
Que fazem saltar às flores
Beleza discreta voa com leveza
Quase invisível procurando alimento e abrigoVoo mais alto
De polo a polo, costa a costa
Solitário e veloz de olhar astuto
À espreita pela presa
Repousa sobre as copas das árvores
Para esconder-se no ninho nas montanhas
Correndo até a beira do abismo
Carregando sua asa
Saltando, conduzido pelo vento
Sentindo-o bater ao rosto
Liberto como a ave
Para aterrizar em praia de areia firme
Conhecendo todas as terras como um turista
Cortando as nuvens
Deixando seu gélido rastro
Por sobre os oceanos
O mundo se transforma em alguns segundos
Muitos povos de várias línguas
Transportado pela explosão do foguete
Vendo a Terra azul de cabeça para baixo
Observando-a como o Criador a sua criação
Flutuante sem gravidade
Uma vida que ainda é um sonho distante
Morar no limite do infinito
Deste infinito que transporta substâncias
Vem sem destino para lugar nenhum
Até onde possa se chocar
Numa bola de fogo de destruição
Transformar-se em vida
Como larvas surgindo do seu casulo!
Wagner Pires
in, Roteiros de Uma rotina
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