No dia em que te conheci
não foi amor à primeira vista. Mas foi uma loucura, uma loucura insana.
Tu devias ter imaginado que eu seria
apenas mais um aventureiro para desfrutar-te e em seguida partir e
abandonar-te, como tantos outros fizeram.
Confesso que no
início embarquei para uma aventura. Conheci-te quando meu coração estava
terrivelmente machucado e estava precisando mudar de vida de uma forma radical.
Precisava apaixonar-me.
Tímido, fui te conhecendo ainda
assustado, e com pouco tempo para isso, pois o trabalho tomava-me o tempo para
que pudesse te visitar continuamente.
Fiquei a
conhecer-te e desfrutar dos cantos e encantos, a ficar maravilhado. Uma menina,
e sempre será uma rapariga, mesmo com idade já avançada, com muitas histórias para
contar. Histórias de conquistas, de sofrimento com dificuldades e lutas,
revolta.
Uma revolução
libertou-te da opressão, fez com que você pudesse se tornar moderna, uma
aparência jovial, novas vestes e contemporânea. Oportunidade de conhecer muitas
pessoas de todas as partes do mundo e ficarem apaixonadas.
Tu és do trabalho duro, pesado, porém
responsável, para poder adquirir os recursos para sustentar tua beleza do
COTIDIANO. Gosta da diversão, das baladas e de virar a madrugada em festa.
Muitas festas, nos quatro cantos da cidade.
Inverno a chegar a zero, e mesmo
assim você aquece-me, e no verão aproveitamos para nos bronzear no sol que
brilha, e brilha quase que 300 dias ao ano. Sendo bela em todas as estações do
ano, com o límpido azul do céu, sempre presente, refletindo o teu brilho.
Ficou
apaixonante, e não queria que tivesse um fim. Desejava ali ficar e morrer em
teus braços, até eu chegar com idade bem avançada, de dias bem vividos ao teu
lado.
Fui estúpido em
deixar-te, abandonei e fugi. Fuga por medo, insegurança, covardia sobre o meu
futuro.
Lamento todos os
dias de saudades. As noites são sofridas e chorosas por querer estar com você,
poder ver-te desde o amanhecer até o meu dormir. Conhecer-te ainda mais,
sentindo o teu cheiro, viver em novos passeios e nossas novas aventuras.
Ah, Lisboa, um
dia eu ei de voltar e realizar novamente o meu sonho e nunca mais abandonar-te,
e no Tejo deitar fora as minhas cinzas.
Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho