incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, 2018
Interreses pelo poder e dinheiro, para conquistar mas espaço, dominar territórios e explora-los. Corrupção: corrupto e corruptor.
Tráfico de armas, de drogas, agiotagem, lavagem de dinheiro, prostituição. Assim começam as milícias, o crime organizado. O Estado em guerra.
Assassinatos. Mortes sem precedentes, mortes sem verificarem os antecedentes. Tiros dos dois lados: sem saber se o bandido é mocinho, se o mocinho é também um bandido.
Crimes à luz do dia, à luz das câmeras. Expostos nos noticiários, mas ninguém mais fica abalado, virou uma rotina. Crimes encobertos porque pagaram propina. Terra sem lei, ou melhor, leis que não são cumpridas.
Bandido se elege. Eleito que vira bandido. Eleito patrocinado por bandido. Bandido que mesmo inelegível arrasta apoiadores adoradores. Exaltado como um deus. Este é um dos problemas: a fé.
A comunicação da guerra passa pelos altares, pelos púlpitos, pelos plenários, inflando a mente doente de uma população de cultura carente. A guerra destrói a história do seu povo.
A falta de cultura vem desde lá de trás. Desde o descobrimento? Desde a implantação da República? Desde os anos 50, 60, 70, e vem piorando com a geração Millenium, X, Y, sei lá mais o que?
Na guerra não há cultura porque não há educação. Sem conhecimento, sem sabedoria, sem entendimento, sem atitude, sem vontade de mudança. Apostasia.
Aliás, durante a guerra não há luz, água, esgoto, transporte, segurança pública, boa moradia, boa qualidade de vida.
Na guerra, os hospitais estão lotados: sem atendimento, sem agenda, sem qualidade.
Caos, destruição, lixo, sujeira, doenças, endemias, epidemias.
Inflação, desemprego, sub-emprego. exploração.
Não tem lazer, não tem viagem, não tem descanso, só enfado e cansaço - estress.
Não tem dinheiro, não tem comida, não tem paz - ilusão.
A esperança é na inútil fé na religião, no inútil mito, herói, ídolo.
Na guerra impera o nacionalismo, patriotismo, o ufanismo exacerbado.
Idealizada e comandada pelos poderosos, lutada pelos mais desprovidos.
Numa vida de lutas, lutam apenas para sobreviver.
por Wagner Pires
in, Silêncio, O Culto