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http://www.t-online.de/lifestyle/besser-leben/id_21079042/feuerwerk-pruefbehoerde-beanstandet-zwei-drittel-der-feuerwerkskoerper-.html
Relógio
quase batendo a zero horas do dia 1º de Janeiro, numa fração de segundo, sentado
na sacada já observando os fogos explodindo e colorindo o céu por
todos os lados: seja aqui ao Norte, ou ao extenso Leste, os longínquos Oeste e Sul,
e até mesmo no desértico Centro, fico a imaginar.
Poderia,
também, estar ligado na TV ou conectado no PC e com certeza estaria vendo o mesmo
cenário: fogos por todas as partes. De hora em hora, em cada país, de acordo
com seu fuso horário, segue-se o mesmo ritual.
Qual
o significado deste costumeiro hábito de pessoas quase que numa ação mecânica e
previamente programados para soarem as badaladas na escuridão dos céus avisando
a chegada de um novo ano.
Seria
para comemorar o término de um terrível e difícil ano, ou o início esperançoso para
o ano que se inicia. Sendo isso, os barulhos na madrugada seriam para afastarem
os fantasmas que rondaram e perturbaram um ser individualmente, uma comunidade,
uma nação?
Os
clarões coloridos teriam o poder de dissipar as trevas de um ano obscuro, na
escuridão da corrupção; do descaso governamental e humanitário; da ignorância,
egoísmo e hipocrisia social?
Poderia
iluminar os corações agressivos que agem com violência física, verbal e moral
absurda que predomina nos quatro cantos do planeta, deixando órfãos e solitários
em suas casas; órfãos e solitários sem terra, sem nação.
O
barulho pudesse fazer acordar os poderosos em política e dinheiro para acabar
com injustiça e a fome social.
Observo
ao lado um pequeno grupo de imigrantes felizes, e na sua simplicidade comemorando
com humildes rojões que mal conseguiam chegar ao céu, pouco iluminando a
madrugada, porém não menos importante dos mais imponentes, pois aquela alegria
simbolizava a fé e a esperança. Até mesmo a esperança daqueles que por um motivo
ou outro simplesmente pode, assim como eu, apenas observar este ritual de
findar o ano.
Deveríamos soltar os rojões para despertarmos dos erros e fracassos, com arrependimento e perdão.
Reconhecendo que falhamos, com os clarões que surgem à frente mostrando-nos o correto, o
digno e honesto nos 366 dias que virão.
Wagner Pires