sábado, 31 de julho de 2010

COMPUTER LOVE





Um click e pude te encontrar numa bela tarde de verão.

Naquele chat, mesmo lotado pude avistar você. E a delicadeza do teu nick chamou-me a atenção.

Foram dias online somente para ler teu charme. E no teu encanto fiz um upload do meu amor.

No HD do meu coração, apesar dos tantos GB, não havia espaço na memória para mais ninguém.

Cada dia crescia o carinho com atualizações: Versão do meu amor; Versão de minha imagem: refletindo o brilho da paixão em meu olhar; Versão do doce som da tua voz; A versão incorporada da família na web.

Madrugadas em stand by.

Tudo era um sonho, parecia o software perfeito.

Até que bugou tudo.

Foram surgindo vírus: desconfiança, desinteresse, ciúmes.

Tentei baixar alguns antispyware, antivirus. Nada resultava.

Digitava F5 tentando encontrar você.

Foi então que percebi que na realidade o teu coração não tinha feito download.

Talvez os spams tenham influenciado, ou os pop ups tenham desviado a sua atenção.

A solução era fazer um back up dos melhores momentos e deletar esta loucura. Sem solução.

Tentei achar espaço na razão fazendo desfragmentação. Nada também.

Limpei todo diretório (A)lma, esvaziando a lixeira, excluindo os erros nos arquivos, apaguei o histórico e os cookies da nossa história.

Talvez reinstalando os sentimentos e fazer um upgrade.

F2, enter Setup, configurar meus desejos.....

Por fim, dar um boot, formatar, sem direito a salvar nada que havia guardado na memória.

O problema é que todos os arquivos do meu sentimento estão em cloud computing.


O jeito é Ctrl+W, Ctrl+N e procurar um novo link para substituir este amor.

Porque você sempre terá um lugar reservado na minha homepage.


Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

terça-feira, 27 de julho de 2010

NAVEGAR

foto by https://tonycavalcanti.com/2016/01/03/fotografo-sul-africano-resgata-erotismo-jet-set-vintage-em-imagens-sensuais/

Wagner Pires, Crônicas de Um Andarilho

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O PENSADOR





Pensamento Lógico
Pensamento Inconstante
Pensamento Inconsequente
Pensamento Irracional
Pensamento Sonhado
Pensamento Desejado
Pensamento Vivido
Pensamento Longe
Voando Alto
Ilusão
Pensamentos que são Escritos em Versos e Prosas
Pensamentos que Vem, Pensamentos que Vão
A Vida vai Passando
Continuamos Pensando
Vamos ficando Velhos
Numa Vida Bem Vivida
Sonhada e Construída
Com
Choro
Sofrida
Alegria
Amores
Pensamento Dito e Escrito
Pensamentos sem Sentido


Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

domingo, 25 de julho de 2010

TEMPO





Porque o tempo teve que passar tão rápido? 
Seu tempo começou atrasado
Ou talvez meu tempo muito adiantado
O tempo demora a passar para poder te ver
E quando enfim chega o exato tempo
Tudo se torna num desejo sem palavras
Ficam os constantes olhares de admiração
Esperando que este tempo dure
Vejo teu sorriso refletido no espelho d´água
Teu corpo, lindamente moldado
Dourado pelo sol, reluzente ao mergulhar nas ondas
Charmosos e excitantes mergulhos do um corpo quase nu
Sinto inveja do privilégio da natureza
O mar pode te abraçar
A areia pode sentir o calor do teu corpo
E o suor pode escorrer o teu rosto e chegar aos teus lábios
No fim de mais este tempo
Nossos passos caminham em direções opostas
Cada um busca o seu COTIDIANO
Deixamos pegadas nos corações
Enquanto os olhos teimam em trocar mensagens que jamais serão esquecidas
Pois apesar do tempo, será um passado de boas lembranças
Neste tempo que poderia ter sido eternizado
Independente do tempo em que viemos e vivemos


Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A NAU



foto de meu arquivo pessoal, baía do Seixal, Setúbal, Portugal


                    Acordei numa manhã do mês de abril de 2006 um tanto quanto preocupado com uma visão. Passei o dia inteiro tentando entender os personagens e os fatos. Achar uma interpretação.

                    Segui em direção à uma antiga nau, semelhante àquelas colonial, dos tempos do descobrimento, vinda de Portugal.
                    Estava ali atracada próximo à praça da Biquinha, no litoral sul paulista, na cidade de São Vicente. Cidade que já não mais se remete aos tempos em que era imponente.

                    Atravesso a rampa para embarcar, se bagagens, somente o desejo de querer viajar. Sinto que éramos três nesta viagem, não avisto a tripulação, mas uma senhora quieta, no canto, bem ao fundo. Porém, logo desaparece desta imagem e não a mais vejo.
                   A viagem rapidamente se inicia, perco algumas lembranças, e recordo-me se seguirmos em silêncio. Talvez assustados com este novo mundo que surgiria.
                   O silêncio nos acomoanha até mesmo com os efeitos da natureza: sem vento, sem maresia, sem agitação, nem barukhi da embarcação.

                    Rapidamente atracamos numa ilhota. Desembarcamos somente eu e meu filho. Ele segura firmemente a minha mão.
                    Percebo que somos acompanhados e orientados por um Guia turístico e, neste instante, aprecio ao longe a figura de um abimal selvagem, como um leão, enorme, uma cor um tanto quanto diferente, quase que um rosa, com se fosse de um flamingo. Animal estranho, intrigante. Fico curioso.
                    Este guia me leva á sua direção, e minha curiosidade se torna numa decepção. Ao nos aproximarmos vejo que nada mais é do que um sujeito fantasiado, parado, sem graça, ali em pé.

                    Seguimos percorrendo os lugares, contornando as construções como se fossem prédios de moradia, comuns, nada de especial. Um bairro residencial, um pouco sombrio, sem brilho, sem alegria, não surge o sol, não vejo a lua. Continuamos e fazemos uma curva.
                    Deparamos com uma área parecida aos fundos deste conjunto residencial, umas coberturas, humildes, e no chão repleto de centenas, talvez milhares de cobras. Diversas, pequenas e grandes. Agitadas, perigosas, querendo nos afligir, nos fazer algum mal.
                    Durante toda a caminhada seguiamos eu no centro, o Guia do meu lado esquerdo e meu filho sempre segurando minha mão direita. Fico desesperadamente preocupado em proteger meu filho, agarro-o em meu colo, é ligeiramente ferido em seu calcanhar, ainda bem que não era nada mais grave. O Guia turístico nos orienta a sempre seguir nosso caminho. Pouco depois nos deparamos de volta á embarcação. Lá estava a mãe do meu filho que havia nos acompanhado nesta viagem e não havia descido para o passeio na ilhota. Séria carrancuda, sempre emburrada, sem dar uma única palavra.

                    A viagem prosseguiu, sem destino, sem rumo, sem saber onde teria seu fim.
                    Neste silencioso caminho observo um enorme e lindo rochedo ao lado esquerdo da embarcação. Fixo esta imagem em minha memória, sem explicação.
                    Sem tempo de interpretação desta descrição, Fazemos nossa viagem rumo ao desconhecido infinito deste COTIDIANO.


                   "...E eu sempre estarei com vocês, até o fim dos tempos." Mateus 28:20



Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho

quinta-feira, 15 de julho de 2010

NUMA FOLHA DE PAPEL





Hoje o dia amanheceu num vazio
Sentei em minha cama
Pensamentos
Planejamento
Cada passo no COTIDIANO
Cada decisão a ser tomada
Sonhos, projetos, necessidades

Numa folha de rascunho
Um esboço do nosso futuro
No canto do quarto, jogados papéis amassados
Fazendo companhia a tantos outros rasgados
Eram outros projetos
Alguns esquecidos
Muitos, apagados

A folha de um livro escrito
Vira leitura para meditar
Sair e me posicionar
Na mão, uma folha de papel digitado
Buscando aquilo que me é possível
Para acreditar no impossível
No caminhando a correria faz cair o suor

Com uma folha de lenço de papel
Tento limpar o rosto
Suor se mistura com as lágrimas
Intenso calor, imensa dor 
Lembranças das minhas lambanças
A ira se extravasa
Só quero chegar em casa

Vejo na folha de uma agenda
O número do teu telefone
Busco na memória
O som da tua voz
Contando a nossa história
Risos e brincadeiras todo momento
Fecho-me no aposento

Meus dias na folha da parede se contabilizam
Poderia segurar o tempo para meu débito
Avançar o tempo e encontrar um crédito
Não sou o senhor do tempo
Apenas o senhor do meu alento
Questiono o meu talento
Parece que todos os sistemas se desconfiguram

De uma folha de partitura
Notas musicais de belas melodias
O teu sorriso apaga o meu rosto enrugado
Do dia terminado
Com este sentimento paterno
Fico rabiscando palavras
Numa folha de caderno


Wagner Pires
in, Silêncio, O Culto

Wagner Pires

domingo, 11 de julho de 2010

A MENINA DA PRAIA





Encanto de menina
Comportamento de mulher
Charmosa
Timidez ou sedução
Num corpo bronzeado
Semi nu e marcado
Molhado e suado
Bate as ondas
Reluz em cada mergulho
Refletindo o brilho do sol
Refletindo o sorriso no rosto
Caminha abandonando a maré
E assim, como o sol
Escondendo-se ao final do dia
Partindo
Deixa apenas as pegadas
Que serão apagadas
Levadas pelo vento
Jamais esquecida com o tempo
O entardecer leva consigo a tua sombra
Desaparecem no apagar da tarde
Já está tarde
Tenho que partir
Vou na escuridão
Com a brisa do anoitecer
Sua presença ficou sob a areia
Fim destes dias de verão
Logo chegarão as chuvas do outono
Farão brotar em minha mente as lembranças
Este forte vento possa levar minha tristeza
Mesmo que fique a saudade
Em suspiros de esperança
Adeus
Nunca mais

Wagner Pires
in, Crônicas de Um Andarilho
Wagner Pires

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A CAMADA DE OZÔNIO






Servia como proteção, união.
Mas os graves erros,que se arrastavam, causaram os problemas .
Devastação, destruição, dor, choro, lágrimas.
Buraco que foi contaminado, se alastrando e que aparentemente é irreversível.
Ficam os pensamentos do que eu poderia ter feito.
Talvez ter esquecido o passado, para consertar o futuro.

Faço reflexões, análises e estudos.
Se tivesse agido de maneira mais lúcida e sensata,
Não com estas atitudes egoísta e mesquinha, respirasse um ar puro.
Preocupando-se com o amanhã, com a geração futura: inocente.
Este menos culpado é o que mais tem sofrido.
Com a respiração ofegante.

Agora todos vivem com as consequências desta irresponsabilidade.
Basta querer recuperar dos danos causados: poluição, escuridão.
Todo corpo sofre com este coração apertado, ferido.
A consciência pesada?
Necessário o arrependimento, mudar as atitudes.
Evitar de mandar contaminações ao ar.

Se assim for, ainda será necessário um tempo para tudo voltar ao normal.
Ter muita paciência e maturidade, trabalho e compromisso.
Estancar esta hemorragia.
Tapar todos buracos, fechar as brechas,
Para melhorar o futuro.
Respirar um ar mais puro.

As cicatrizes quando são cutucadas sangram.
Nelas sente o ardor do raio de sol.
Evite, para não retornar a contaminar o ar,
Ar do COTIDIANO em que vivemos e respiramos.
Limpo e puro com uma mente desobstruída.
E neste tempo, enfim, viver em família reconstruída.


"Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo…..Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra;"
(Isaias 1:4b, 5, 18 e 19)


Wagner Pires